O centro de São Paulo é sempre cheio. Carros, pessoas e muita gente. Ali acabamos por reparar alguns tipos. Era onde Beto estava e, por um segundo, deixou-se estar. Na avenida passavam um ônibus, um táxi e um Corsa prata e, nesse conciso intervalo, Clara. E Beto simplesmente deixou-se estar.
<<< BETO >>>
Deixemos por uns instantes essa cena e vamos nos concentrar em Beto: Nos seus vinte e um anos e onze meses. Mudou-se para a grande São Paulo aos vinte. A capital não seria a primeira opção para um jovem que cresceu no interior do Rio de Janeiro, se deu bem nos estudos e viajou para outro estado com suas peças de roupa.
-Você têm que estudar, pra ter um futuro melhor que o de seu pai! […] Paulo, você vai conseguir! – dizia sua mãe.
E dona Clementina era daquelas brasileiríssimas, que votam no Lula e tudo. Casou-se com um bêbado quando era nova. Esse veio a ser pai de Paulo. De Minas foram para o Rio, até que o traste morreu de cirrose.
“Um futuro melhor que o de seu pai…”
Essas palavras voltavam à cabeça de Beto algumas vezes durante as aulas.
Sua vida até ali poderia ser resumida entre a universidade, a lanchonete no centro, onde trabalhava, e a casa da tia, onde morava. Foi no caminho da lanchonete para casa que ocorreu a cena…
<<< VOLTEMOS À CENA >>>
Os momentos a seguir foram importantes na vida de Beto, então preste muita atenção na ordem:
“Na avenida passavam um ônibus, um táxi e um corsa prata e, nesse conciso intervalo, Clara. E Beto simplesmente deixou-se estar.” Continue lendo “Clara – À Primeira Vista”