Episódio anterior
Seu Cido conhecia aquela casa como ninguém, até melhor que o dono. Ele quem havia construído cada parte dela, desde o início.
– Aqui, Cido. O vazamento começou faz uns três dias, aqui no banheiro, olha.
Seu Guilherme o trouxe até o banheiro para mostrar que a parede parecia ter um vazamento por detrás dos pisos, e não saberia dizer qual a gravidade.
– Aconteceu alguma coisa quando começou a vazar, seu Guilherme?
– Minha mulher disse que o cano fez um barulho esses dias…não sei se tem a ver, não
Seu Cido deu uma tossida na mão. Estranho aquilo ter acontecido numa casa que ele caprichou tanto, e há pouco tempo.
– Posso abrir aqui?
– Sim, pode abrir
Ligou o chuveiro.
Era muito mais fácil que seu Guilherme fazia parecer. Marcou um dia pra voltar e consertar tudo o que precisava.
– Você tá lá na obra do Damião?
– Tô sim
– Ele parou a obra, por causa dos negócio que tá acontecendo, Cido?
– Não parou, não
– Ah, que bom. Graças a Deus…
Saíram do banheiro. Guilherme ofereceu uma água, e seu Cido aceitou. Conversaram um pouco na cozinha.
– Esse governador é um filho da mãe, Cido. Tá ferrando com todo mundo, as decisões dele lá. Olha aqui esse vídeo que me mandaram…
E seu Guilherme emprestou o celular para o Cido ver o vídeo.
– No próximo fim de semana vamos fazer uma carreata na cidade toda pra protestar contra essa paralização, que tá acabando com toda a cidade, Cido…
Toda a família de seu Guilherme foi contaminada. Até aqui.
Quatro pessoas contaminadas.
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